Info Atualidade (419)

Francisco Rodríguez reclama a unidade linguística galego-portuguesa e reconhece a AGLP

Francisco Rodríguez Sánchez | Foto: Vieiros

O filólogo e dirigente nacionalista vincula
certo isolacionismo com «espanholia»

PGL - Num artigo publicado hoje num conhecido jornal electrónico, o filólogo e dirigente nacionalista Francisco Rodríguez valora a criaçom da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP). O responsável de Formaçom do BNG lembra que o nacionalismo, historicamente, sempre defendeu a unidade linguística galego-portuguesa.

Para ele, a defesa da unidade partiu sempre de um critério que se fundamentava em «sólidos raçoamentos e comprovações [...]. Nom se deixárom perturbar polo facto de ser Portugal um estado independente e a Gailza umha naçom negada, convertida em província da Espanha imperial», assegura no artigo.

Rodríguez continua afirmando que a teoria isolacionista, isto é, a defesa de um galego como 'língua de seu', só começou a tomar forma com a chegada da democracia e a instauraçom da autonomia política para a Galiza. Deste jeito, segundo o ex-deputado, «a normativa do galego [...] elaborou-se com critérios totalmente alheios aos da normativa do português, enfatizando as diferenças, assegura.

Na sua opiniom, as pessoas encarregadas deste labor optárom por afastar «artificialmente» o galego do português, umha orientaçom que qualifica de «anti-portuguesa» e que as mais das vezes respondia a um posicionamento ideológico «espanholista». Chegado a este ponto, Rodríguez vincula o isolacionismo galego com o valenciano (ou blaverismo, que nom reconhece a unidade da língua catalã com as falas valencianas), e atribui ambas correntes a um «isolacioinsmo agitado pola espanholia»

Francisco Rodríguez finaliza o artigo referendo-se à AGLP. Para ele, a sua apariçom nom é negativa, contrariamente a algumhas «reacções desaforadas e sintomáticas». Contudo, o responsável nacionalista acha que a soluçom nom é a terminológica, isto é, denominar o galego 'português da Galiza', mas «dar passos claros, práticos, para reintegrar o nosso idioma no seu espaço natural, o galego-português».

Destarte, a apariçom desta Academia valoriza-a como «a resposta extra-oficial, filológica, extrema a umha deformaçom e negaçom recorrente», àquela que nom reconhece a unidade linguística.

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Academia Galega da Língua Portuguesa na TVG

José-Martinho Montero Santalha entrevistado no programa Bos Días

PGL - O presidente da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), o catedrático José-Martinho Montero Santalha, foi entrevistado hoje de manhá no programa Bos Dias, do canal público Televisión de Galicia. A entrevista foi emitida ao vivo às 09h41 e prolongou-se durante 10 minutos.

Na mesma o presidente da AGLP respondeu diversas perguntas, desde a denominação da língua, até os passos e trabalhos a fazer pola nova academia, passando por questons relativas à fonética, à escrita, à economia, ou a discriminaçom e grave situaçom em que se encontra a língua galega ou português na Galiza neste momento.

Na última pergunta, Montero Santalha manifestou que a AGLP está pronta para colaborar com Política Linguística, embora entenda que essa instituiçom esteja submetida às leis do momento e, portanto, tenha que as cumprir.

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Entrevista a Carlos Reis, reitor da Universidade Aberta de Lisboa

Carlos Reis, reitor da Universidade Aberta de Lisboa

"A AGLP deve bater-se pela ideia de que o galego
não é uma língua em divergência com o português"

José Ramom Pichel / Valentim R. Fagim - Carlos Reis é um dos professores mais reconhecidos em Portugal e um firme defensor do Acordo Ortográfico para o português. Grande amigo da Galiza, já em 1983 apoiou a proposta de integração do nosso País na Lusofonia, quando apresentada por uma delegação galega no contexto do I Congresso da Língua Portuguesa.

Atualmente reitor da Universidade Aberta de Lisboa (da qual foi fundador), é Catedrático da Universidade de Coimbra, e no seu amplo currículo podemos salientar que foi diretor da Biblioteca Nacional de Lisboa, diretor do Instituto de Estudos Espanhois de Coimbra, presidente da Associação Internacional de Lusitanistas, tem coordenado a edição crítica da obra de Eça de Queirós e participou na Conferência Internacional/Audição Parlamentar sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa realizado na Assembleia da República portuguesa em 7 de Abril de 2008.

Estivemos com ele no passado dia 6 de Outubro, data em que esteve em Compostela dando apoio à Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), no dia da Sessão Inaugural das suas atividades.

Como é visto por um português médio a existência na Espanha de uma Academia Galega da Língua Portuguesa?

Nesta altura acredito que não seja ainda uma iniciativa muito divulgada. Mas quando for, eu acho que o português médio vai sentir orgulho nisto, por que vai perceber que a língua portuguesa, além dos espaços em que é normalmente falada (o Brasil, Angola, Moçambique, etc.), tem ao norte de Portugal um espaço possível de afirmação.

Portanto, acredito até que isso seja um factor importante para fazer o português médio perceber o recuperar a ligação histórica que existe entre Portugal e a Galiza.

A respeito do acordo ortográfico, às vezes observa-se uma confusão entre ortografia e outros aspectos da língua, nomeadamente pronúncia, morfo-sintaxe e léxico. Acha que as posições contrárias a respeito do Acordo Ortográfico nascem da ignorância ou da má vontade?

Nalguns casos eu creio que nasce da ignorância e noutros casos nasce de uma má vontade criada pela ignorância. A verdade é que eu até posso compreender, de um ponto de vista emotivo, estas reações por que a ortografia é um aspecto da língua que está muito ligado ao nosso corpo. Nós escrevemos com a mão e isso cria uma espécie de ligação indireta entre a língua e o corpo; mudar a ortografia para muita gente é, um pouco, como mudar o corpo.

Se a pessoa não tiver a noção de que a ortografia tem muito de convencional e, sobretudo, se não tem perspetiva histórica do que foi a mudança da ortografia ao longo dos séculos, acho que – e eu respeito isso, mudar a ortografia é mudar ela mesma, e de aí resulta uma tremenda confusão entre o código da escrita, que é muito convencional, e a identidade cultural, linguística etc.

E isso que para algumas pessoas é uma confusão para muitas outras é uma atitude emocional que eu posso compreender, sobretudo quando as pessoas não se lembram de que ao longo dos séculos a ortografia foi mudando e as pessoas foram ajustando o seu corpo à ortografia.

E um pouco como – todos nós temos esta memória, há vinte anos escrevíamos em computadores grandes, com teclados grandes, há trinta anos escrevíamos com uma caneta, hoje escrevemos em computadores pequenos e o nosso corpo foi-se adaptando a isso e com a ortografia vai acontecer a mesma coisa.

Acha que se a Galiza se somasse ao Acordo facilitaria que houvesse mais projectos em comum Portugal-Galiza-Brasil? Por exemplo, no campo dos computadores, nas tecnologias da informática...

Claro. Sobretudo se o ato de compartilhar esse espaço viesse a ser, como acho que deve ser, não apenas compartilhar palavras mas conceitos, atitudes mentais, representações. Não apenas palavras, mas aquilo que elas trazem consigo.

E é por isso que eu acho que seja importante. A seguir ao Acordo Ortográfico – não antes como alguns disseram, mas a seguir, entendermos quanto há de vocabulários técnicos, terminologias, etc. E aí o mundo da informática é fundamental, por que é um mundo que hoje atravessa todos as áreas do saber e nós falamos com metáforas da informática no falar comum sem nos apercebermos.

Depois do Acordo Ortográfico vêm os factos, os trabalhos, seleções e elencos de palavras que nos digam o que é que um conceito significa nos vários portugueses, no português de Portugal, do Brasil, da Galiza, de Angola, e que se encontra aí uma comunhão de conceitos, mais até que a ortografia.

Pensa que a utilização de metáforas como «sabores da língua» podem ser uma boa maneira para ligar melhor para a gente que não tem muito a ver com a linguística?

A expressão «sabores da língua» é muito interessante, porque é aquele domínio da língua em que salvaguarda o que há diferente, sem ser uma ruptura, entre uma forma de falar português do Brasil, Portugal, Galiza... que não ponha em causa a ruptura da língua.

A utilização de metáforas como «sabores da língua portuguesa» é muito importante para sabermos que a unidade da língua não é afectada por estas oscilações, são mais de natureza lexical, terminológica do que de natureza ortográfica. Eu posso escrever a mesma palavra da mesma forma em Portugal, no Brasil, em África ou na Galiza, mas ela significar diferente. Mas, para mim a ortografia o que é esse poder de manter a língua com alguma unidade. E este é um motivo muito importante a sublinhar por que nem sempre é bem avaliado.

Nós – é um discurso muito corrente em Portugal, falamos muito na necessidade de respeitar a diversidade da língua, a criatividade. Acho ótimo, mas é preciso ter em conta que essa dinâmica tem um preço, e esse preço chama-se a fragmentação da língua. A ortografia é essa convenção onde esta fragmentação controla. É muito bonito falarmos nos 230 milhões de falantes de português, mas se ao mesmo tempo nós estimularmos a fragmentação da língua, de daqui a cem anos esses 230 milhões de falantes já não existem. E repito, a ortografia é para mim o domínio onde se mantém alguma coesão sobre a língua.

Quais pensa que deviam ser os passos primeiros da Academia Galega da Língua Portuguesa?

Os passos que já deram são importantes, os outros que vêm a seguir, para o dizer de uma forma muito clara, acho que a AGLP, no meu ver, deve bater-se pela ideia de que o português é uma língua que existe naturalmente na Galiza, ou seja que o galego não é uma língua em divergência com o português.

Mas acho que é preciso ter muito cuidado, relativamente à questão política. Isto é, que a AGLP não significa um princípio de fratura política, um princípio de separação política, para que com naturalidade se aceite a ideia de que o português da Galiza é um pouco como o português em Angola, ou no Brasil ou em Portugal, sem trazer com isso outra coisa que não seja uma mera afirmação linguística.

Portanto, manter a questão da língua corno uma questão autónoma mas não como uma questão que arrasta fraturas de natureza política, a menos que os galegos entendam que deve ser assim. Esse é um problema dos galegos.

Em 1983 decorreu em Lisboa o 1º Congresso da Língua Portuguesa. Então, a professora Maria do Carmo Henriques e outros galegos apresentaram uma proposta para a integração da Galiza na Lusofonia, proposta que você apoiou. Pensa que tem havido avanços a respeito desde então?

Esta academia é a prova de que ideia fez o seu caminho. Ou seja, eu acho que o termo Lusofonia é mais abrangente e pacífico até do que o da Língua Portuguesa. Não se trata de um espaço propriedade de Portugal, mas um espaço amplo em que o português da Galiza está na mesma situação em que está o português do Brasil, da Angola ou da Guiné.

Portanto, de aí para cá esta ideia avançou e o que eu acho é que esta academia é como um instrumento regulador, uma prova de que há uma componente lusófona na Galiza.

Até que ponto o debate sobre o Acordo Ortográfico em Portugal é um debate político?

Eu diria que é mais um debate de natureza mental e psicomental do que político. Para muitos portugueses a questão do Acordo Ortográfico representa um problema mental com o Brasil, a dificuldade de reconhecer o papel importante que tem o Brasil hoje em dia na afirmação do português e a dificuldade de reconhecer de que o Brasil pode fazer mais pelo português do que Portugal.

É uma coisa que custa aceitar, que os portugueses pensem assim mas é uma realidade geocultural, geopolítica... Por exemplo, em Portugal há o Instituto Camões que trata da afirmação do português no estrangeiro, um instituto assim não há no Brasil só que o Brasil tem muitas outras formas - economia, música, literatura, moda, de afirmar o português internacionalmente. É uma outra forma, uma outra dimensão de ver o português e não comparar Portugal com o Brasil.

Essa comparação criou uma espécie de trauma. Muitos portugueses diziam «não tenho que falar como os brasileiros». A ortografia não sabe do falar. Isso traduzia é uma resistência à ideia de que o Brasil tem um papel ativo a representar aqui, e num futuro próximo também outro grande país que vai ser Angola... e quem sabe se também a Galiza.

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José-Martinho Santalha primeiro presidente da Academia Galega da Língua Portuguesa

José-Martinho Montero Santalha assinando como académico da AGLP

José-Martinho Montero Santalha assinando como académico
da Academia Galega da Língua Portuguesa

PGL - O Catedrático da Universidade de Vigo, José-Martinho Montero Santalha, foi eleito no passado sábado, 20 de Setembro, presidente da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), cujo acto de constituiçom decorreu no Centro Galego de Arte Contemporánea.

Junto com Martinho Santalha, fazem parte da Comissom Executiva da AGLP o lexicógrafo Isaac Alonso Estraviz (vice-presidente), a guitarrista Isabel Rei (tesoureira), o empresário Ângelo Cristóvão (secretário), a escritora Concha Rousia (vogal) e o compositor Joám Trilho (arquivista-bibliotecário).

O resto dos académicas serám dados a conhecer no próximo dia 6 de Outubro, dia em que a AGLP tem agendado um grande evento de carácter público em Compostela. Nesse mesmo dia também será apresentado o primeiro número do Boletim da AGLP, que tem como director o professor António Gil Hernández.

Quem é o primeiro presidente da AGLP?

José-Martinho Montero Santalha nasceu em Cerdido (Galiza) em 1941. Frequentou o Seminário de Mondonhedo e, em Itália, realizou estudos de Teologia e Filosofia (Universidade Gregoriana de Roma). Doutorou-se em Filologia com uma tese sobre as rimas da poesia trovadoresca (em 2000, Universidade da Corunha).

Muito cedo aderiu aos movimentos a prol da reintegraçom linguística, convertendo-se num dos principais promotores. Durante a sua estadia em Roma (1965-1974) participou no grupo «Os Irmandinhos», preocupados pela recuperaçom do galego na liturgia e na sociedade em geral. Nessa altura foi um dos assinantes do "Manifesto para a supervivência da cultura galega", publicado na revista Seara Nova (dirigida por Rodrigues Lapa) em setembro de 1974. A começos da década de 80 participou na fundaçom de diversas associaçons culturais galegas, como as Irmandades da Fala, Associaçom Galega da Língua e Associação de Amizade Galiza-Portugal.

Tem publicado numerosos estudos em diversas revistas e congressos internacionais, sendo um dos autores mais prolíficos e respeitados da Galiza lusófona. Actualmente é catedrático de Língua e Literatura galega na Universidade de Vigo (Campus de Ponte Vedra).

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‘Os 13 de Roma’

José-Martinho Montero Santalha

José-Martinho Montero Santalha, principal impulsionador
do manifesto para a supervivência da cultura galega

E. Maragoto - A história do reintegracionismo remonta décadas atrás, mas houvo que esperar aos anos em que se aproximava a co-oficializaçom do galego para que um nutrido grupo de intelectuais inaugurasse umha prática ortográfica constante, formulando ao mesmo tempo propostas concretas e coerentes com as posturas teóricas que defendia o galeguismo.

O ‘Manifesto pola Sobrevivência da Cultura Galega’, conhecido polo manifesto dos ‘13 de Roma’, marcou um ponto de inflexom na história deste movimento, defendendo passos mui definidos na integraçom cultural galego-portuguesa. Chama a atençom por ter sido assinado por 13 jovens residentes na capital italiana, na sua maioria padres e seminaristas. Lembramo-lo através do seu principal impulsionador: José-Martinho Montero Santalha.

O ‘Manifesto’ foi redigido por Montero Santalha e era síntese de um texto maior intitulado ‘Em prol da integraçom lingüística galego-portuguesa’ (EPILG-P). Nom admira, Santalha pode ser considerado o pai da praxe reintegracionista moderna, sendo o autor da primeira sistematizaçom ortográfica desta proposta: Directrizes para a Reintegraçom Lingüística Galego-Portuguesa, de 1979.

Assinavam o ‘Manifesto’ 12 jovens mais, como ele maioritariamente padres e seminaristas, residentes na capital italiana nos primeiros anos da década de 70. Dous já morrêrom (o professor de secundária Manuel Garcia Otero, e o bispo auxiliar de Madrid Uxio Romero) e só Martinho Montero continua na actualidade vinculado à língua.

O documento propunha medidas para equilibrar a presença do galego-português e do castelhano no ensino, na administraçom, nos meios de comunicaçom e na Igreja, insistindo na necessidade de restabelecer o contacto com o mundo luso-brasileiro. Algumhas propostas, como a da recepçom da televisom e da rádio portuguesas na Galiza, apresentam umha concreçom parecida à das levadas na actualidade ao Parlamento galego.

Numha altura em que a polémica lusismo-isolacionismo nom acendia tantas paixons como só uns anos depois, o texto foi aprovado sem problemas polas 13 pessoas reunidas: “Entreguei-lhes umha cópia do texto e fomos de merenda à antiga cidade romana de Ostia Antica, onde foi lido em voz alta e comentado.”

Os elogios nom tardárom a aparecer, mesmo de pessoas que anos depois se tornariam contrárias ao reintegracionismo, como Alonso Montero ou Ramom Pinheiro, ainda que este último preferisse nom publicá-lo em Grial (em 1973) polas ‘circunstáncias’ políticas que atravessava a Galiza e o próprio conteúdo político do texto. Mas os aplausos mais fervorosos fôrom de Xavier Alcalá e Rodrigues Lapa, que anos antes publicara o polémico artigo ‘A Recuperaçom Literária do Galego’.

Na apresentaçom do ‘Manifesto’ que escreveu para a revista portuguesa Seara Nova, que dirigia, dedicava estas palavras ao documento base do mesmo (EPILG-P): “por sua lucidez e documentaçom exaustiva, deverá estar na base de todo quanto daqui em diante se escrever sobre o problema do galego”.

Os 13 de Roma

Publicado no Verao de 1974, o ‘Manifesto’ foi umha das últimas actividades do grupo de sacerdotes e seminaristas que estudárom em Roma ao longo da década de sessenta e setenta. O processo de renovaçom que se deu na Igreja a partir do Concílio Vaticano II ajudou muitos católicos a valorizarem a cultura própria e começárom a fazer actividades relacionadas com a traduçom de textos litúrgicos.

Santalha lembra no Portal Galego da Língua como os influiu a traduçom dos Evangelhos de Morente e Espinha ou a dos Salmos de Alonso Estraviz. Apesar de estarem a viver num país livre, decidírom assinar algumhas traduçons com um nome colectivo, ‘os Irmandinhos’, a proposta do pároco de Aguinho, que se conformou como grupo aberto com diferentes ritmos de colaboraçom e entre os quais também se encontrava Joám Trilho.

Anos depois, com a publicaçom do ‘Manifesto’ em galego-português na Seara Nova e em castelhano em Cuadernos para el Diálogo, este grupo de padres galeguistas viria a ser baptizado como ‘os 13 de Roma’, precisamente por parte de um dos críticos mais severos, Francisco Rodríguez, no livro Conflito Lingüístico e Ideoloxia na Galiza, de 1976.

O galego e a Igreja

Eram anos de entusiástica renovaçom eclesial, e o próprio Santalha, de volta à Galiza em 1974, trabalhou na pasta mensal ‘Boa Nova’ e no Centro de Estudos Eclesiásticos de Santiago de Compostela, participando activamente na elaboraçom de textos homiléticos junto com outros sacerdotes comprometidos com a realidade galega. A decepçom chegou depois, com o seu afastamento da revista Encrucilhada em que estivo muito implicado nos primeiros anos.

A opçom gráfica nom foi alheia a esta decisom e a própria direcçom da revista chegou a proibir a publicaçom de textos com ortografia reintegrada. Aos poucos, Santalha foi centrando o seu trabalho público na defesa do reintegracionismo e talvez isto tenha influído em que as primeiras reunions da Associaçom Galega da Língua se realizassem em centros eclesiásticos.

À vista do menosprezo histórico que a Igreja exibiu em relaçom ao galego, estas notas parecem um parêntese irrepetível, mas Santalha matiza: “Mais que de ‘excepçom’, devíamos falar de ‘minoria’. Isto mesmo acontece na sociedade galega em geral: Universidade, partidos políticos, jornais, desporto... a Igreja é uma parte mais da sociedade, e, como o resto, no que di respeito à língua, é mais vítima do que protagonista.” A evoluçom para o reintegracionismo de muitos padres naquela altura relaciona-a o padre ortegano com “a boa formaçom humanística e em línguas que tinha a maioria do clero.”

O ‘Manifesto’ hoje

O ‘Manifesto’ foi criticado na altura por Francisco Rodríguez, já que só pedia, em pleno franquismo, 50% de presença do galego em ámbitos como os meios de comunicaçom ou o ensino. Em 1991 Pilar Garcia Negro reeditaria críticas semelhantes. Longe de se atingirem em 2008 as percentagens reivindicadas naquele texto, perguntamos a Santalha que tipo de manifesto seria preciso hoje: “a situaçom da língua é agora mais dramática; teria que ser assinado polas principais instituiçons culturais galegas.”

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Novas da Galiza entrevista José-Martinho Montero Santalha

José-Martinho Montero Santalha | Foto: Versão Original

"Nascemos com modéstia,
mas com grande desejo de trabalhar e de fazermo-lo a sério"

G. Uz - Após vários meses de trabalhos, recentemente apresentou-se ao público a Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP). O acto contou com a presença de académicos de renome de vários países lusófonos, como o brasileiro Evalnildo Bechara ou o português João Malaca Casteleiro, assim como representantes do mundo académico galego e da própria Junta da Galiza.

Passados os primeiros dias da maré de reacçons —de adesom e de reijeiçom que provocou o anúncio, do Novas da Galiza quigemos falar com o presidente da AGLP, o professor José-Martinho Montero Santalha (Cerdido, 1947), para que comentar com ele os primeiros reptos que deve enfrentar a nova Academia. 

- Como se vê em Portugal e no Brasil que 'na Espanha' se crie umha academia em cujo nome se fai referência à língua portuguesa?

Polo que pudemos comprovar na apresentaçom pública, acho que o vírom com entusiasmo, simatia e aberto apoio. Temos solicitado a sua solidariedade e dérom-no-la expressamente. Sabem que a situaçom na Galiza é complexa e complicada.

- Quais devem ser as primeiras tarefas a realizar por parte da AGLP?

A primeira, que exista. Já se constituiu e agora deve funcionar. Depois, começar a realizar actividades. Toda a gente envolvida no projecto, desde os membros da Academia aos sócios da Associação Pró-AGLP, vai continuar com todo o trabalho que já estava a realizar, cada pessoa nos seu respectivo ámbito. Por outra parte, agora estamos a estabelecer qual é o léxico galego autêntico, o especificamente galego, para incluirmo-lo em dicionários portugueses. Acreditamos que é um trabalho necessário, já que nalguns sítios pode-se ver como 'galego' cousas que realmente som disparates e castelhanismos.

- Quem lhes realizou essa encomenda?

Foi um pedido que nos fizo há já bastante tempo a Academia das Ciências de Lisboa e que começamos agora.

- Significa isto um argumento menos para o isolacionismo, desde onde se vem criticando como pretexto contra a unidade linguística que além Minho nom reconhecem como próprio o léxico galego ao tempo que nós sim aceitamos o seu?

Desde logo é um facto decisivo. Actualmente já há algum dicionário dos mais importantes que recolhe certo léxico que é comum à Galiza e que, porém, em Portugal é considerado 'regionalismo'. Da ACL dérom-nos total liberdade para lhes enviarmos a listagem que considerarmos pertinente, nom nos limitárom a escolha a um número determinado de palavras.

- Como se pretende que seja o relacionamento da AGLP com o resto do movimento normalizador?

Lembremos que muitas associaçons e centros sociais contam com comissons de língua...
Queremos que seja sempre cordial e de coordinaçom. Como Academia, sempre procuraremos agir mais no âmbito científico do que no social, pois cada organizaçom tem de ter o seu papel, e acho importante que seja assim. O ideal seria que todas as organizaçons se comprometessem com a Associação Pró-AGLP, pois de algum jeito intenta ser umha entidade aberta a toda a gente interessada no nosso idioma e na unidade lingüística galego-portuguesa.

- Falou antes do pedido da ACL, mas como é o relacionamento com outras entidades científicas do âmbito lusófono?

Ainda acabamos de nascer, mas avança, e neste dias já se recebêrom convites para participarmos em vários eventos. O ideal, acho, seria que a Galiza fizesse parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, mas actualmente isto parece difícil, já que tem umha concepçom e estrutura política. Contudo, é um objectivo polo qual cumprirá seguir luitando.

- No número 68 do NGZ entrevistámos o presidente da Real Academia Galega. Perguntado pola iminente constituiçom da AGLP, Xosé Manuel Barreiro respondeu que ele preferia «falar de cousas sérias»...

Nós estamos sempre abertos a colaborar com qualquer instituiçom comprometida com a língua, mas a RAG tem a sua história e umha prática já conhecida. Pola nossa proposta, nós consideramos que somos alternativa, e afirmamos isto sem fechar a porta a possíveis colaboraçons com a RAG, e mesmo reconhecemos o valor científico de alguns trabalhos de determinados membros dessa Academia. De qualquer jeito, nascemos com modéstia, mas com grande desejo de trabalhar e de fazermo-lo a sério e com convicçom.

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João de Bonaval demanda uma Academia Galega da Língua Portuguesa e o Acordo Ortográfico

  Capa do poemário Arceia

Arceia em Voo Rasgado

Ana Paz - O poeta saiu à rua com o poemário assinado por ‘João de Bonaval’, uma das suas personalidades míticas. No essencial, a sua gaveta manteve-se fechada, acumulando de 1979 a 2008 os poemas reunidos na Arceia, alguns publicados em apoio ao Acordo Ortográfico de Lisboa (1990).

Paciente coleccionador de seres como personagens, palavras, animais e plantas, enverga revolta linguística reintegracionista e romantismo independentista. Passaram-se 29 anos a estabelecer uma língua para dizer do imaginário da Galiza ideal e real, um país e uma lusofonia desejados e possíveis.

A Arceia, ave ao mesmo tempo vulgar e sinceramente esperada, ilustrada pelo desenho da capa de Leandro Lamas, dá forma a este álbum fotográfico e poliândrico: relicário de plantas e animais, colectânea de crónicas e reportagens, dicionário de formas linguísticas, manifesto político e social. Na vanguarda da Língua Portuguesa, demanda uma Academia Galega (AGLP) e o Acordo Ortográfico.

Sob a pena de João de Bonaval, existe uma narrativa da Galiza futura. O eu poético, entre o naif e o surreal, exprime-se na explicação dessa Mátria de fronteiras latas. E para que o leitor ou leitora se não perca entre o sonho e a ciência, o livro remata com um glossário, preciosidade que restabelece os laços entre o galego medieval e o português futuro.

Sabemos, sei, que este autor não desanima. Ugio Novoneira, ensinou-lhe a traçar primeiro a língua, depois o poema. Essa é uma e a mesma acção. A Fenda Editora estreia-se assim na poesia, pelo Dia da Mátria.

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Pró Academia na Festa da Alegria 2008, em Braga

Cartaz Festa da Alegria«Nós fazemos a festa, tragam todos a alegria!»

PGL Portugal - Assinala-se este ano o 30º aniversário da primeira edição da Festa da Alegria, em Braga. A Festa da Alegria é uma festa organizada pela concelhia de Braga do Partido Comunista Português PCP, mas é uma festa para todos, aberta a todos os que nela queiram participar.

A novidade deste ano é que o reintegracionismo vai participar na Festa, sendo representado por dois eventos: uma palestra – com Alexandre Banhos e Ângelo Cristóvão – e um recital poético com acompanhamento musical – com Belém de Andrade, Concha Rousia e Isabel Rei.

Esta XVª edição decorre a 19 e 20 de Julho e tal como todas as anteriores conjuga a festa popular, profundamente ligada às tradições e costumes minhotos, que tem no convívio alegre e caloroso o seu maior atractivo, e a festa de combate contra as injustiças sociais, de luta e de resistência, de amizade e de solidariedade.

Galiza na Festa da Alegria

Assim, no Domingo, dia 20, com inicio às 14.30h, no Auditório da Festa, está prevista a palestra sobre o tema «A Lusofonia da Galiza como Movimento Transformador», tendo como oradores Alexandre Banhos, presidente da Associação Galega da Língua, Ângelo Cristóvão, presidente da Pró-Academia Galega da Língua Portuguesa e de um representante do Movimento Defesa da Língua, ainda não definido. Seguir-se-á um recital poético com Belém de Andrade e Concha Rousia, com a participação/acompanhamento musical da guitarrista Isabel Rei.

A Festa da Alegria tem variadíssimos de assuntos de interesse espalhados pelo fim-de-semana em que se realiza, como música - Rock, Musica Popular e Tradicional, Jazz e Folk- Artes de Rua, Folclore, Gaiteiros, Zés Pereiras, Teatro, Marionetas, Poesia, uma Feira do Livro e do Disco, um Espaço internet, Software Livre, Exposições, Debates, Tertúlias, Gastronomia, Artesanato.

A Organização define a Festa do seguinte modo, muito apelativo:

«Aqueles que já participaram em anteriores edições conhecem bem o espírito de amizade e fraternidade que tanto caracteriza este momento, e certamente não faltarão a esta Festa que é também sua. Aqueles para quem esta será a primeira Festa terão à sua espera uma experiência completamente nova, com características únicas e marcantes, capaz de revolucionar todos os sentidos. Uma festa diferente de qualquer outra por onde já tenham passado.»

Será certamente um óptimo pretexto para um passeio às terras bracarenses.

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Assembleia da República portuguesa aprova Acordo Ortográfico

 Guia Prático Acordo Ortográfico

Diploma estabelece um período de transiçom de seis anos

PGL - PS, PSD, Bloco de Esquerda e sete deputados do CDS fizérom com que a votaçom do Acordo Ortográfico na Assembleia da República portuguesa decorresse ontem sem supresas de última hora.

Os deputados do PCP e Verdes optárom pela abstençom, bem como três deputados do PP. Na contra apenas houvo votos individuais, embora significativos, como o caso de Manuel Alegre. Alguns outros deputados pedírom escusa da votaçom.

O protocolo aprovado ontem prevê a inclusom de Timor-Leste no âmbito do Acordo, e define um período de seis anos para a entrada em vigor em todos os países de língua oficial portuguesa desde que três o tenham ratificado (bem como este novo protocolo adicional).

O ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, mostrou-se muito contente ao final da votaçom, rejeitando que o Governo tivesse feito «ouvidos de mercador» às mais de 33 mil assinaturas do abaixo-assinado contra o Acordo, salientando que o novo Acordo vai ajudar a afirmar a língua portuguesa no mundo.

Só resto agora a assinatura por parte do presidente da República para terminar a ratificaçom do mesmo.

Porto Editora lança dicionário com 'dupla grafia'

Entretanto esse diploma era aprovado na Assembleia da República portuguesa, a Porto Editora lançava um novidoso dicionário com 'dupla grafia', em que recolhe «o que havia antes e o que vem depois do novo Acordo».

A obra opta por manter a grafia actual com a remissom para a nova naquelas palavras que se alteram conforme o Acordo Ortográfico de 1990.

A acompanhar o novo dicionário vem um Guia Prático, que explica com exemplos as diversas alteraçons introduzidas pela nova reforma ortográfica.

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[Atualização a 29 de Julho de 2008]

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Evanildo Bechara promove texto a favor do Acordo

 Professor Evanildo Bechara

Foi apresentado durante o 3º Encontro Açoriano da Lusofonia

PGL Portugal - Na sequência do recentemente realizado 3º Encontro Açoriano da Lusofonia (8-11 Maio) na Lagoa, Ilha de São Miguel, o professor Evanildo Bechara (tesoureiro da Academia Brasileira de Letras), apresentou um manifesto a favor do Acordo em que também realiza umas interessantes considerações em torno do manifesto-petição contrário ao mesmo.

Bechara é autor, entre outros textos relevantes, da Moderna Gramática Portuguesa, a mais utilizada no Brasil. Já vai pela 37ª edição. O manifesto promovido por ele é também assinado pelo académico João Malaca Casteleiro e outros 34 professores participantes no encontro açoriano.

Para já, e mesmo no dia em que a Assembleia da República portuguesa debate o texto do Acordo, no PGL achamos de interesse divulgar o manifesto Bechara:

Considerações em torno do MANIFESTO-PETIÇÃO dirigido ao senhor Presidente da República e aos Membros da Assembléia da República contra o Novo Acordo Ortográfico de 1990

O noticiário da imprensa portuguesa veicula as razões que levaram numerosas personalidades da cultura do país a assinar o Manifesto-Petição contra o Acordo Ortográfico de 1990, a ser examinado pela Assembléia da República, provavelmente no dia 15 de Maio de 2008, pelo qual se propõe a unificação ortográfica nos países de expressão oficial de Língua Portuguesa.

É incontestável o peso e o prestígio, justamente alcançados, dos signatários do Manifesto-Petição; o que vamos tentar mostrar é o peso e autenticidade das críticas feitas ao texto do Acordo em discussão segundo as declarações, que se dizem extraídas do referido Manifesto-Petição e divulgadas pela imprensa. O primeiro conjunto de críticas atribuídas à proposta de reforma ortográfica diz que ela é “mal concebida” e “desconchavada”.

Ora quem faz a história crítica das diversas propostas da reforma ortográfica em Portugal percebe claramente que elas construíram um macrotexto a partir do estudo inicial de Gonçalves Viana e Vasconcelos Abreu, entre 1885 e 1886, passando pelo livro seminal ortografia Nacional, de Gonçalves Viana, saído em 1904, referendada pelo governo português, consoante proposta assinada por um grupo dos mais conceituados filólogos da época, onde luziam os nomes de J. Leite de Vasconcelos, Gonçalves Viana, Carolina Michaëlllis de Vasconcelos, A. G. Ribeiro de Vasconcelos, entre outros.

De então a esta parte, as bases das reformas ortográficas que se sucederam, independentemente ou em conjunto, em Portugal e no Brasil, vieram tecendo um texto matriz ora reduzido ora ampliado em aspectos necessários, mas na essência, as linhas mestras garantiam o ideário e a concepção dos ortógrafos que, a partir de 1911, pensaram o problema da reforma ortográfica no trilho da ciência lingüístico-filológica.

As bases que orientaram a proposta de 1943 e, principalmente, de 1945 são filhas diletas dessa tradição do macrotexto; nesta última, ressalte-se a erudição e a competência do saudoso ortógrafo Rebelo Gonçalves.

O Acordo Ortográfico de 1986, melhorado na proposta de 1990, graças às críticas e sugestões recebidas, pertencem inexoravelmente, a esta tradição cultural, e, portanto, custa atribuir-lhes os qualificativos de “mal concebido” e “desconchavados”. Aceitá-los, sem um exame aturado como está a exigir um Manifesto-Petição da natureza e propósito dirigido à Assembléia da República, representa no mínimo, desmerecer o trabalho dos que, em Portugal, melhor fizeram para o estabelecimento e progresso das ciências da linguagem.

Pelas mesmas razões até aqui exaradas, não se há de aceitar a crítica, segundo a qual a reforma peca por apresentar-se “sem critério de rigor”. Pode dizer-se, em sã consciência de uma reforma que não se caracteriza pelo critério de rigor, quando essa mesma reforma, publicado o texto de 1986, acolhe as críticas e sugestões que lhe chegaram ao conhecimento, e as incorpora, quando possíveis, à nova redação de 1990?

Diz também o Manifesto-Petição que a proposta é “perniciosa, e de custos financeiros não calculados”. Ora, a crítica não se aplica, em rigor, só à reforma em discussão; mas a toda a série de reformas que, se propuseram – e não foram poucas! – desde 1911 até aos nossos dias. Um inteligente e razoável prazo fixado pelas autoridades e editoras tem minorado os custos financeiros de quem se considera prejudicado.

Toda a motivação que tem justificado as sucessivas reformas ortográficas insiste em que elas pretendem garantir a defesa da língua e facilitar o estudo e ensino do idioma. Por isso, também parece não caber à presente proposta a declaração exarada no Manifesto-Petição de que ela é, “nas suas prescrições, atentatória da defesa da língua”.

Só num ponto concordamos, em parte, com os termos do Manifesto-Petição quando declara que o Acordo não tem condições para servir de base a uma proposta normativa, contendo imprecisões, erros e ambigüidades”. Os doutos lingüistas da Universidade de Lisboa e professores de ambas as margens do Atlântico e especialistas das línguas africanas já apontaram falhas e sugestões. Mas isso tem ocorrido com todas as propostas de reforma, e elas são aceitas e adotadas mesmo assim, com promessas de melhorias no futuro. A mesma reforma de 1911, que tem sido considerada a mais feliz de todas, tão logo foi oficialmente aprovada, mereceu pareceres de elogio, mas também de receio de boa solução para alguns problemas da rica fonologia das vogais e da flexão verbal. E essas partiam do alto saber de D. Carolina Michaëlllis, signatária do texto da reforma.

As falhas que se podem apontar no Acordo Ortográfico, facilmente sanáveis, não devem impedir que a língua escrita portuguesa perca a oportunidade de se inscrever no rol daquelas que conseguiram unificação no seu sistema de grafar as palavras, numa demonstração de consciência da política do idioma e de maturidade na defesa, difusão e ilustração da língua da lusofonia.

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