Crónica do XVIII Colóquio da Lusofonia (Ourense, Galiza, 5-7 de outubro de 2012)

Participantes dos XVIII Colóquios da Lusofonia no Auditório de Ourense

Maria Seoane Dovigo - Entre os dias 5 e 7 de outubro celebraram-se pela primeira vez na Galiza os Colóquios da Lusofonia, na sua XVIII edição, organizados pela Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia (AICL), patrocinados pelo Concelho (Câmara Municipal) de Ourense, e apoiados pela Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), a Associação Cultural Pró AGLP e pelo Governo dos Açores.

O programa, que podem consultar na ligação da AICL esteve carregado de atos diversos. As diferentes sessões que tiveram lugar no Auditório Municipal de Ourense durante os três dias permitiram-nos ouvir os mais variados contributos sobre o tema central dos Colóquios: “Galiza e Açores: duas insularidades culturais”. A história e atualidade do português na Galiza, a homenagem aos escritores açorianos Álamo Oliveira e Eduardo Bettencourt Pinto, a divulgação dos escritores galegos Ernesto Guerra da Cal, Valentim Paz-Andrade e Celso Emílio Ferreiro, a sessão plenária das academias (Academia das Ciências de Lisboa, Academia Brasileira de Letras, Academia Galega da Língua Portuguesa) foram alguns dos temas centrais das sessões.

Difícil resumir tanto rigor, tanta experiência e tanta sabedoria. A reflexão sobre a insularidade física e simbólica, que também poderia abranger-nos aos que procuramos o aconchego destes colóquios, lembrou-nos que as ilhas são “espaços para sonhar”, “anunciadoras dos continentes”. Fazemos-lhes perguntas a estas “esfinges do mar” nestes tempos de buscas, procuramos com estas eternas sentinelas os rumos dos incertos caminhos do mar e desde a nossa descoberta consciência insular, nelas encontramos os amigos desconhecidos, porque “aprendemos a caminhar com barcos nos pés”.

Em sessão solene, no dia 5, tomaram posse como académicos correspondentes da AGLP os professores Malaca Casteleiro, Chrys Chrystello, Evandro Vieira, Evanildo Bechara e Maria Dovigo, e, in absentia, Carlos Reis, Adriano Moreira, Eugénio Anacoreta Correia. Foi também acreditado académico de mérito José Luís Fontenla Rodrigues.

Houve tempo para a música no Festival “Estou Lá”, com artistas da Galiza, Brasil, Guiné-Bissau, Palestina e Portugal, que podemos lembrar na belíssima e sugestiva crónica de Xurxo Novoa Martins.

Assistimos ainda a apresentações de livros e mostras das editoras convidadas, exposições de pintura de Manuel Policarpo e de artes plásticas de José Nuno da Câmara Pereira.

Tudo na cidade de Ourense, que, como tivemos ocasião de descobrir no interessantíssimo roteiro que fizemos na tarde do dia 5, é a segunda cidade mais literária do mundo (a seguir à capital dessa outra ilha imaginada em tempos lendários que é Irlanda).

Para quem não se resista a invocar o espírito dos lugares, Ourense foi, mais uma vez, um centro ao que todos acudimos para lembrarmos a alegria e a força de sermos “Nós”, lusófonos num espaço em movimento, como as ilhas dos mapas medievais, que cruza os nossos caminhos porque comum temos a língua, o mar e os sonhos.

Receção na Câmara Municipal de Ourense

Evento na Livraria Torga

Chrys Chrystello e Montero Santalha

Evandro Vieira e Montero Santalha

Evanildo Bechara e e Montero Santalha

Carlos Durão (em nome de José Luís Fontenla) e Montero Santalha

Malaca Casteleiro e Montero Santalha

Maria Dovigo e Montero Santalha

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